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março 12, 2018

Inevitavelmente, a forma de transacionar também passaria por uma transformação digital. Nasceria a criptomoeda. Espécie de moeda virtual para aquisição de bens e serviços na internet, a criptomoeda, como o próprio nome já diz, é protegida por critptografia – ou seja, essas moedas possuem códigos complexos e praticamente impossíveis de quebrar. Podem ser passadas de pessoa para pessoa sem intercessões e, por isso, possibilitam a realização de transações por taxas menores, em qualquer país – já que ainda não estão sob controle governamental.

Vale ressaltar, ainda, que a mais conhecida é o bitcoin – mas também há outras que, por sua relevância, devem ser mencionadas:  ethereum, litecoin, dash e ripple. A versão mais popular a respeito de sua criação afirma que as moedas digitais foram criadas em 2009 por um programador – que, como em uma trama cinematográfica, simplesmente desapareceu e apagou seus rastros virtuais na internet. Porém, deixou uma descrição bastante pretensiosa a respeito de sua invenção: e descreveu sua invenção como uma solução para as mazelas financeiras do mundo porque não se estriba na confiança depositada em governos, instituições financeiras ou na própria estabilidade política, mas são afiançadas por provas criptográficas para tornar as transações seguras e irreversíveis.

Moedas Virtuais: Processadores em vez de picaretas

A geração dessas moedas digitais é realizada por meio de programas de “mineração” digital – que utilizam intrincados cálculos matemáticos para averiguar as transações em toda a internet e fazem com que sejam criadas sob taxas limitadas e previsíveis. Uma maneira eficiente para explicar essas transações é a analogia de Charlie Hall, repórter sênior do Polygon: basta imaginar a criptomoeda como uma pilha de coisas físicas em meio a um enorme oceano de códigos.

Cada proprietário, assim, utiliza sua chave privada para ter acesso a esse oceano e, assim, transferir seus bitcoins para onde quiser. As moedas virtuais têm conquistado cada vez mais adeptos, e multiplicam-se os estabelecimentos que as aceitam. Como tendência emergente, não são muito diferentes do e-money (PayPal, por exemplo); porém, de acordo com Alexey Malanov, especialista em segurança cibernética, apresentam questões de segurança semelhantes às dos sistemas de pagamentos virtuais: falsificação de informação de pagamento e phishing, hackeamento de gateway de pagamento, erros de endereço de usuários, perda da carteira, ICOs vulneráveis e falsificação de endereço do usuário, por exemplo. Entretanto, a segurança não é o único aspecto a suscitar polêmicas sobre o tema.

 Investimento em Bitcoin e Criptomoeda: boom, bolha?

Para Jamie Dimon, presidente do JP Morgan, o bitcoin é uma farsa – ou, em outras palavras, uma bolha. Analistas da Goldman Sachs, por sua vez, afirmam que é uma tendência que merece atenção, já que dólares reais estão, de fato, entrando nesse mercado. Os analistas da consultoria especializada em finanças comportamentais Sentix, por sua vez, ressaltam que, apesar do interesse crescente do mercado a partir de 2014, investidores institucionais ainda estão ressabiados. E há, ainda, quem compare o fenômeno das criptomoedas ao episódio, no século XVII, das tulipas na Holanda – que resultou na primeira bolha do mercado financeiro e deu origem a uma depressão econômica que durou anos.

O Deutsche Bank faz coro à trupe dos fatalistas, já que há algumas semanas classificou as criptomoedas como investimento de risco, e justificou tal afirmativa ao apontar os recentes aumentos de preço (que são parcialmente baseados em especulações). Isso significa, segundo a instituição, que a volatilidade é muito alta (tanto que chegou ar 80%) e que há um considerável risco de perdas, já que o setor não está regulado. Por outro lado, há quem aponte agilidade nas transações, funcionamento contínuo, segurança, privacidade e o fato de ser internacional como algumas das principais vantagens das moedas virtuais. E mais: seu número limitado indica, ainda, uma forte possibilidade de valorização a longo prazo. E, já que o entusiasmo com novas tecnologias consiste na força motriz dos investidores, é possível dizer que a mineração de criptomoedas impulsionará o desenvolvimento de processadores cada vez mais potentes e, por isso, mais velozes.

Na verdade, já existem máquinas próprias para esse tipo de operação. Há, portanto, vários aspectos que devem ser levados em conta antes de fazer vaticínios acerca do que o futuro reserva às moedas digitais – e, por isso, é praticamente impossível estabelecer um panorama definitivo a esta altura. No entanto, uma coisa é certa: diante de tantas variáveis, a capacidade de manter o sangue-frio está, sem dúvida, entre as características necessárias aos investidores em moedas virtuais.

 

CONCLUSÃO: inevitável acompanhar o movimento das criptomoedas. Como meio de pagamento a criptomoeda parece um caminho sem volta – não à toa, as maiores instituições financeiras do planeta estão envolvidas, juntamente com tesouros nacionais, em uma discussão diuturna do tema. Há rumores de que grandes bancos planejam lançar suas próprias criptmoedas. Como investimento, é preciso muitíssima cautela. Um bitcoin valendo R$ 50 mil, como no início deste ano, parece uma valorização insanamente surreal. Em janeiro de 2017, estava cotada em R$ 3.500,00, mas, já havia ultrapassado o patamar de R$ 69 mil em dezembro – o que fez aquela pizza que um amigo comprou em Houston em 2010, usando Bitcoin , estar avaliada hoje em R$ 138 mil!!!!!!). Enfim: muita cautela para entrar nesse investimento agora. Basta lembrar que em junho do ano passado a criptomoeda Ethereum desvalorizou de US$ 320 para US$ 0,10 em 10 minutos.