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As Tendências do Mercado Financeiro
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Economic Crisis and Pandemic. Stock quotes in connection with the pandemic COVID-19. Investor in a medical mask on the background of stock market quotes and viruses. Flat vector illustration.

“O ano que não terminou para o setor de serviços financeiros”. Essa, certamente, será a maneira pela qual o ano de 2020 será lembrado, em virtude dos impactos da pandemia do novo coronavírus no mercado financeiro. Claro, um ano de impacto na saúde, nas políticas públicas, em todos os setores e, também, (principalmente) na vida das pessoas. Porém, em matéria de tendências do setor financeiro, simbolizou o momento em que as transformações foram escancaradas e aceleradas.

Mercado financeiro antes e depois da Covid-19

Antes mesmo da acachapante crise sanitária, a economia brasileira titubeava com desemprego acima de 12%, pressão inflacionária e um investidor mais conservador e cauteloso. E, dessa forma, chegamos à taxa básica de juros mais baixa de nossa história.

Em 2020 tivemos uma das maiores quedas do PIB na vida brasileira (-4,3%), e igualamo-nos aos exorcizados anos da década de 90 (-4,35%) e 1981 (-4,25%). Vale registrar, ainda, a impressionante contração de 11% no segundo trimestre. Em suma, entidades multilaterais, nações e economistas reputam que estamos enfrentando a maior crise desde a década de 1930 — e mais severa que a de 2009, quando estourou a bolha do mercado imobiliário.

O resumo para o mercado financeiro, assim, pode ser descrito como momentos de pânico nas bolsas pelo mundo afora (em maio, a Bovespa chegava a acumular queda de mais de 30%), indicadores ruins de tomadores dificultando a concessão de crédito, aumento de riscos de operações financeiras, quedas extraordinárias de taxas de juros, fuga de investidores estrangeiros e inadimplência — entre outras mazelas.

Os impactos do coronavírus no mercado financeiro brasileiro

O cenário brasileiro já era complexo como consequência da crise econômica que já atravessávamos desde 2015, agravado pela instabilidade política que se instaurou em 2016 (e aqui permanece). Eis que chega a pandemia, atingindo diretamente os resultados dos mercados no mundo todo.

Insegurança quanto à capacidade de governos contornarem a crise sanitária satisfatoriamente, incerteza quanto ao acirramento de questões sociais e, ainda, dúvidas quanto à capacidade do setor produtivo para fazer essa travessia sem danos ainda maiores à produtividade e aos resultados mantiveram o mercado financeiro no, digamos, modo volatilidade — ou seja, preços de ativos variando, quando não em queda livre. Relembre o cenário no estudo “COVID-19 e Mercado Financeiro”, publicado em maio de 2020.

Ao final de 2020, diversas vacinas estavam em teste pelo mundo. E 2021 começaria com altas expectativas de acelerar o fim da pandemia, além da recuperação da economia e dos mercados. A realidade, porém, foi um pouco diferente. As variantes do vírus, uma segunda onda forte e o atraso na vacinação, além da piora do ambiente econômico e fiscal, devem criar obstáculos.

O boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 24/5, pelo Banco Central, revisou mais uma vez o crescimento do PIB em 2021 de +3,45% para +3,52 ante o recuo de 4,1% registrado em 2020. Para 2022, a projeção do PIB foi reduzida de 2,38% para 2,30%. A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fecharia 2021 em alta de 5,24%, revisão para cima pela sétima semana consecutiva, contra uma projeção anterior de 5,15%. No caso da taxa básica de juros (Selic) as expectativas foram mantidas em 5,50% ao final de 2021, subindo para 6,50% em 2022.

Expectativas no mercado financeiro

Analistas apontam que o setor bancário brasileiro deve apresentar uma boa recuperação em 2021. O aumento das taxas de juros pode melhorar a rentabilidade de produtos financeiros, além de aumentar a remuneração do capital próprio e de seguros. Instituições financeiras com portfólio bem diversificado devem obter os melhores ganhos, uma vez que têm a possibilidade de explorar oportunidades complementares e venda cruzada.

O avanço tecnológico também oferece oportunidades para bancos tradicionais, além de instituições de pequeno e médio porte e fintechs (que, ressalte-se, também representam ameaça às grandes instituições — ou, ao menos, a necessidade de adaptação rápida). O PIX, por exemplo: embora as tarifas não reflitam majoritariamente nos lucros dos bancos, possuem certo impacto em seus resultados e na dinâmica de mercado. Mas isso é assunto para um próximo artigo.

De qualquer forma, há dois aspectos que devem ser considerados. O primeiro é o fato de os analistas credenciarem 2021 como “o ano dos bancos”, antes de tudo pela autorização da volta do pagamento de dividendos que o Conselho Monetário Nacional havia suspendido em 2020.

O segundo é a onda de transformação dos bancos como PIX, Open Banking e Blockchain, por exemplo. A necessidade de revisar custos, melhorar a experiência do cliente e digitalizar (para atender às demandas citadas) transformam uma perspectiva — que poderia não ser tão favorável às grandes e tradicionais instituições financeiras — em oportunidades para surfar melhor a onda de bancos e serviços digitais. Mas isso a gente também explora em outro artigo.