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Para compreender o impacto que (espera-se) o metaverso terá sobre a relação das pessoas com o mundo digital, em primeiro lugar é necessário considerar que esse conceito preconiza uma espécie de mundo virtual, compartilhado e imersivo, que simulará espaços físicos nos quais será possível conviver por meio de avatares (bonecos virtuais customizados) em 3D. Em outras palavras: esse novo ambiente fará com que a internet que conhecemos torne-se coisa do passado.

 

O tema começou a ganhar força em outubro de 2021, quando a empresa que controla o Facebook, maior rede social do planeta, declarou que passaria a se chamar Meta e voltou seu olhar para os mercados de RV (realidade virtual) e RA (realidade aumentada). O objetivo do reposicionamento, segundo o fundador da companhia, é preparar-se para a nova tendência tecnológica — que está cada vez próxima. Aqui, porém, cabe uma observação: o metaverso já existe há alguns anos em games.

 

É o caso do Second Life, por exemplo, que foi lançado em 2003. O game simulava, em ambiente digital, a vida real e social dos usuários. A princípio o sistema foi bem-sucedido, mas perdeu popularidade com o tempo porque não conseguiu criar uma economia digital. Atualmente, porém, o cenário é diferente, e diversos especialistas sinalizam a possibilidade de criar uma economia completa no mundo virtual com base em Blockchain, criptomoedas e NFTs (non-fungible tokens).

 

Um mundo promissor

Fato: trata-se de algo muito promissor. Grandes marcas mundiais vêm realizando ações no mundo digital. E vale ressaltar que, além da Meta, gigantes como Microsoft, Disney, NVIDIA, Epic Games, Roblox e Magic Games, entre outras, têm investido no metaverso. Embora cada uma dessas organizações venha a criar seus próprios padrões, os usuários poderão passar de um ambiente virtual para outro com todos os produtos, serviços e outros elementos adquiridos na plataforma. A interoperabilidade é um dos aspectos centrais desse novo projeto.

 

Metaverso no setor financeiro

De acordo com um levantamento realizado pela Analysis Group, uma das principais consultorias econômicas do planeta, em dez anos o metaverso poderá representar 2,8% do PIB mundial — ou seja, US$ 3 trilhões — caso evolua da mesma maneira que os dispositivos mobile. Para todos os efeitos, porém, assim como ocorre com qualquer inovação, não é possível, no início, determinar a intensidade do impacto que esse novo universo terá sobre diversas áreas.

No mercado financeiro, contudo, o número de empresas e pessoas físicas que desejam se antecipar a tal cenário têm aumentado consideravelmente; afinal, além da possibilidade de negociar ações de empresas que vêm expandindo sua presença nesse mercado, já existem maneiras de investir, por exemplo, em ativos de empresas que se relacionam com o tema (desenvolvimento de Blockchain, por exemplo), em NFTs, terrenos virtuais e no desenvolvimento de soluções dentro dos próprios mundos digitais.

Setor bancário

Segundo o levantamento New Realities: Into The Metaverse and Beyond, da Wunderman Thompson, 82% dos consumidores globais acreditam que a indústria das finanças será impactada pelo metaverso.  Seja como for, as próprias instituições preveem que o setor de bancos, em geral, sentirá a força da nova tendência — a ponto dos venerandos Sachs e Morgan Stanley chamaram o conceito de oportunidade de mercado de US$ 8 trilhões.

 

No início de 2022, aliás, um relatório da JPMorgan chamou o metaverso de “mola propulsora de oportunidades anuais” — e citou aspectos como como o mercado imobiliário virtual, que está em ascensão e poderia, eventualmente, incluir gestão de crédito, hipotecas e contratos de aluguel para propriedades virtuais, publicidade e a economia dos bens digitais, gerando US$ 54 bilhões em receita anual. De acordo com a pesquisa da Wunderman Thompson, estes são os três principais bancos que estão investindo no metaverso:

  1. HSBC – sétimo maior banco do mundo, o HSBC anunciou, em março este ano, que entrará no metaverso em parceria com a The Sandbox para se envolver e se conectar com esportistas, entusiastas de e-sports e jogos, no geral.
  2. JP Morgan – vencedor da corrida para se tornar o primeiro banco do metaverso, o JP Morgan abriu, em fevereiro de 2022, seu onyx virtual lounge em Decentraland, a fim de se preparar para a

 

  1. Siam Commercial Bank – braço de risco do principal banco tailandês, o SCB 10X, lançou sua sede virtual no The Sandbox para mostrar serviços e produtos do banco — além de realizar eventos virtuais e  oferecer espaços de trabalho compartilhado.

 

De qualquer maneira, ainda que existam debates sobre as implicações do metaverso no setor bancário, não há exagero ao supor que sua evolução também resultará na criação de agências totalmente virtuais — e estimulará o desenvolvimento de um sistema ainda mais inclusivo, em que os bancos e outras instituições financeiras colaborarão entre si para oferecer uma gama mais ampla de serviços a seus clientes.

Ainda há uma longa jornada à frente

Há, no entanto, vários desafios para viabilizar o metaverso — como, por exemplo, planejamento e implementação de infraestrutura tecnológica robusta o suficiente para prover, de maneira integral, a necessária capacidade de armazenamento e largura de banda, além de modernizar e implantar novos data centers. Para todos os efeitos, porém, muitas marcas já estão investindo em tais melhorias — o que é justificável, uma vez que, segundo o Gartner, até 2026 cerca de 2 bilhões de pessoas estarão no mundo virtual.